Questões - Tomas Kuhn e Carnap


1) Conceitue ciência e faça a distinção com relação com o senso comum e a filosofia.
R: A ciência pode ser resolvida como um conjunto de hipóteses e teorias a resolver ou já resolvidas, com um objeto próprio, e que usa um determinado método. Mas para que haja de fato uma teoria científica, deve antes de tudo ter um problema, uma situação problema a ser resolvida. Por outro lado, a senso comum até pode se deparar com um problema, mas este não questiona como tal problema ou fato aconteceu, desconhecendo os princípios que se baseia. Visto que também, o senso comum não se preocupa em ser completo e nem validar e nem testar o conhecimento. A ciência baseia-se em conceitos e hipóteses aceitos pelas comunidades de cientistas, sendo suscetíveis de verificações em busca de explicações mais completas, coerentes e sistemáticas.
A filosofia é crítica e reflexiva e não tem a pretensão de chegar a uma verdade total ou fundamentar as ciências. Sendo assim, a filosofia esta em construção permanente. Ela é uma articuladora dos saberes sempre passível de revisões e críticas, visto que sempre é acompanhada de um contexto histórico. Portanto a filosofia tem um papel importantíssimo na construção de hipóteses para conceituar a ciência, analisar fatos e situá-los. Contudo, a filosofia é uma grande e importante articuladora dos saberes que estão em constante transformação.

2)  Como Tomas Kuhn resolve a questão da história da ciência?
R: Primeiramente a história da ciência não é cumulativa.  Pois se as teorias do passado fossem verdadeiras, a ciência teria que incorporar elementos novos ou contraditórios. Se levássemos em conta a história do acúmulo de erros, compreenderíamos que a nova teoria não supera a anterior. Sendo assim, se a idéia de superação de uma teoria pela outra fosse correta, o paradigma, a teoria vigente futuramente vai estar errada, pois também um dia vai ser superada por outra. Poderíamos dizer que o cientista trabalha apenas com erros? Com teorias sempre falsas?

3) O que é paradigma?
R: Paradigma é um conjunto de crenças, teorias, procedimentos compartilhados pela comunidade de cientistas de uma determinada época, permitindo assim o progresso científico. Portanto as teorias não precisam explicar fatos, e sim ser a melhor entre as competidoras. A ciência resulta de elaborações de paradigmas que não são verdadeiras nem falsas, mas modelos coerentes de que nascem  certas tradições científicas; ao atingir uma forma de elaboração mais acabada ele se torna suficientemente atraente para a comunidade de cientistas, que passará a compartilhar de tal modelo ou paradigma.

4) Qual é a problemática central de Carnap?
R: Justificar um conhecimento como autêntico analisando com um sistema lingüístico das entidades em seus próprios sistemas, se preocupando com a entidade em si, não com sua existência ou realidade. Pois o mundo externo é analisado por pseudo-enunciados, proposições que combinadas por conectivos, formam sentenças.
Carnap problematiza as questões da realidade, mas não a essência das coisas, se elas existem ou não. O pensador não está preocupado com os conceitos das coisas e sim com as propriedades do objeto.
As questões da metafísica para Carnap são causadas por que a linguagem comum não é definida, e não se verifica como expressões lógicas e científicas, mas é usada para expressar apenas atitudes e relações com o mundo. Carnap procura formular critérios validos para revelar os problemas lógicos da realidade e criar uma validade lógica dos discursos científicos, e não metafísicos.

5) Explique o critério de verificação, segundo Carnap.
R: O que é verificável para Carnap são os estados de coisas. O sentido de um enunciado pode ser verificado, poder expressar um estado de coisas que possibilite assim a verificação.   Se colocarmos o conceito de água, solúvel, temperatura é conhecido. Sentido só tem significado quando expressa alguma coisa, tem conteúdo factual; temos como testar as condições de mudanças. O conteúdo factual permite verificar, testar.  Já por exemplo, a cor, é um juízo subjetivo, não tem como testar a cor e nem um time de futebol. Então tem um sentido quando um enunciado expressa um estado de coisas.  A sempre uma exigência empírica nos testes. Se não se apresenta ao cientista apenas têm-se os enunciados, como a metafísica, mas não temos a capacidade de testar. Ela se reduz a meras palavras, seus termos não são testáveis. A metafísica é apenas uma especulação. Deus existe e não é testável. Carnap consta que essas coisas, como Deus, fique na área de estudos da metafísica e não na filosofia da ciência. Pode-se dizer que essas concepções são importantes para a história da filosofia e, para o conhecimento de cada uma dessas.  Além do mais, algumas proposições não têm nem sentido para a sintaxe, como o “nada nadifica o nada”. E as que têm sentido na sintaxe é: Deus existe. Contudo, o que é passível de verificação são os conteúdos factuais.