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Seja Bem vindo ao Blog de Epistemologia: a Filosofia da Ciência. Os textos que se seguem abaixo não estão na ordem recomendada de estudo. E são voltadas para a introdução ao tema para alunos do Ensino Médio em geral. A recomendação feita pelos autores do blog é a de que se siga esta ordem para o estudo dos textos: O que é Epistemologia e a Verdade; A busca do conhecimento da "verdade"; Epistemologia: A Filosofia da Ciência; Racionalismo; Empirismo; Bacon e o método experimental; Ceticismo; O conhecimento para David Hume (Ceticismo/Empirismo); Objetivismo e Subjetivismo; A Dialética Hegeliana; A metodologia científica de Karl Marx; Questões - Tomas Kun e Carnap; O Racionalismo Crítico em Karl Raimund Popper; A Natureza do Conhecimento após a virada Linguistico-Pragmática.
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Bom estudo!

Segue aqui um pequeno vídeo sobre o livro da Prof. Inês L. Araújo; o qual ajudou muito na formulação deste material:


Epistemologia: A Filosofia da Ciência

A Epistemologia tenta responder a questão de como o conhecimento humano se dá e como se valida; Mas, sendo mais específica que a Teoria do Conhecimento, a Epistemologia faz uma reflexão sobe o conhecimento científico; perguntando sobre sua origem, seu valor social e sua relação com as novas tecnologias. Á Epistemologia cabe se perguntar (metodologicamente) sobre a validade e verificação das ciências (formais, como a Matemática e a Lógica; naturais, como Física e Biologia; e humanas como a Sociologia e a Filosofia). A Epistemologia não deve construir um sistema dogmático e sim, ser uma ferramenta para a sociedade validar seus conhecimentos. A Filosofia é crítica e reflexiva e não tem a pretensão de obter uma verdade total ou fundamentar as ciências, já que, está em construção permanente, deve ser uma articuladora dos saberes, com revisões e críticas; A Filosofia tem um papel importante na construção de hipóteses para conceituar a ciência (Filosofia da Ciência), analisar fatos e situá-los; Assim cabe ao filósofo uma reflexão sobre a ciência, permitindo que a Epistemologia seja uma ferramenta intelectual e prática; nunca uma verdade final.

Ciência: a Luz que revela a nossa ignorância . . .

Veja o vídeos a seguir do Canal Nerdologia sobre a Luz e a Ciência:

A metodologia científica de Karl Marx

O método científico verdadeiro para Marx é aquele que desce do abstrato ao concreto, sendo que, o abstrato é a totalidade de fatos concretos (filosofia econômica, modos de produção, etc). Esses fatos só puderam ser compreendidos graças á ciência política. Assim, a “ciência” marxista não é uma produção teórica de conceitos, e sim um conhecimento que parte do concreto, sendo resultado de múltiplas realidades. Esse conhecimento possui grande relevância com a práxis (ação modificadora da realidade). Logo, a ciência também é um conhecimento do social e possui sua própria história; Segundo Marx, as ciências (naturais, humanas) estão dentro de uma ciência maior: a ciência da história. A ciência social crítica é aquela que traz múltiplas realidades concretas; este método seria o mais concreto para as ciências, a fim de abordar o máximo de determinações concretas que fosse possível, levando em conta o movimento dialético-histórico das sociedades. Esse seria o método correto, pois caminha junto com a realidade que também é dialética. “É o ser social que determina sua consciência”. Para Marx, quem detém os meios de produção passa suas idéias (ideologias) para os demais, ou seja, há a ideologia da classe dominante sobre a dominada. A consciência social determina ideologicamente a produção, mas não a ciência; pois a ideologia não é ciência. Já que, o dizer ideológico é autoritário, portanto, não há como fazer ciência do social, pois não seria ciência, perderia o caráter sistemático e formal, caindo em ideologia. Segundo os marxistas, o cientista deve sempre levar em conta elementos sociais, ai que está o problema, já que deixaria de lado a sistemática e a formalidade da ciência, logo, seria muito difícil fazer qualquer tipo de ciência natural (física e biologia, por exemplo) a partir da classe social.

A Dialética Hegeliana

Hegel(1770/1831) tem como base para seu Idealismo Absoluto o método dialético, de tradição platônica. Mas, a dialética de Hegel não funciona de maneira mecânica, mas age em um processo dinâmico, onde as coisas não são determinadas, e sim são mutáveis, frutos de contradições; A mudança histórica vem nesse mesmo sentido, sendo fruto das idéias. O movimento dialético é um constante devir (o ser é; o ser não é; o ser é devir), ou seja, tese, antítese e síntese, logo, a síntese se torna uma nova tese, requerendo uma nova antítese e portanto outra síntese, um constante movimento. Aqui está a grande revolução de Hegel, a crítica ao conceito de identidade de Aristóteles; propondo uma dialética que muda a própria realidade e também a natureza humana, que não é mais permanente.

Bacon e o método experimental

Francis Bacon (1561-1626) é considerado, juntamente com Descartes, um dos iniciadores do pensamento moderno, por sua defesa do método experimental contra a ciência teórica e especulativa clássica, por sua rejeição da escolástica, e também por sua concepção de um pensamento crítico e do progresso da ciência e da técnica. Embora não tenha sido um cientista, Bacon teve uma grande influência enquanto defensor de uma determinada concepção de método científico que valoriza a experiência e a experimentação. Bacon ocupou altos cargos no governo inglês, chegando a o que consideramos ministro da justiça, acusado de corrupção por ter aceitado propinas para julgar determinados casos, foi afastado da vida pública, embora tenha argumentado, surpreendentemente, que as propinas não haviam influenciado o seu julgamento. Podemos distinguir dois aspectos, inter-relacionados, da contribuição filosófica de Bacon, que examinaremos em seguida: 1) sua concepção de pensamento crítico, contida na teoria dos ídolos; e 2) sua defesa do método indutivo no conhecimento cientifico e de um modelo de ciência antiespeculativo e integrado com a técnica. É notável em Bacon uma preocupação com a formulação de um método que evite o erro e coloque o homem no caminho do conhecimento correto. E este é um dos sentidos primordiais do pensamento crítico, que marcará fortemente a filosofia moderna, vendo a tarefa da filosofia como a liberação do homem de preconceitos, ilusões e superstições. E é nesse contexto que encontramos sua teoria dos ídolos, os ídolos são ilusões ou distorções que, segundo Bacon, bloqueiam a mente humana, impedindo o verdadeiro conhecimento. Os ídolos podem ser de quatro tipos: ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos do foro e ídolos do teatro. Os ídolos da tribo resultam da própria natureza humana, onde Bacon indica que o homem não tem nenhuma relação com o universo que permita que o conheça tal como é, ou seja, a natureza humana possui limites no processo de conhecimento do real, o intelecto humano, segundo Bacon, é igual a um espelho, que reflete de maneira desigual os raios das coisas, e dessa forma, distorce e corrompe. Os ídolos da caverna são conseqüências das características individuais de cada homem, e sua contribuição física e mental, das influências que sofre de seu meio. Portanto, o espírito humano, que se apresenta em cada individuo também está sujeito a múltiplas perturbações, e até sujeito ao acaso. Os ídolos do foro ou do mercado são resultados das relações entre os homens, da comunicação e do discurso, sendo que as palavras forçam o intelecto e o perturbam por completo, portanto, o homem está norteado por inúmeras controvérsias e fantasias. Os ídolos do teatro são resultados das doutrinas filosóficas e científicas antigas e novas, que figuram mundos fictícios e teatrais. Bacon propõe então um modelo para a nova ciência, o homem deve desapegar-se de seus preconceitos, tornando-se uma criança diante a natureza, e só assim alcançará o que tanto procura, o verdadeiro saber. Numa análise geral dos conceitos filosóficos e científicos do filósofo podemos perceber que o conhecimento para Bacon se desenvolve na medita em que adotamos o método correto, tendo a experiência como guia.

O que é Epistemologia e a Verdade

A epistemologia, também chamada teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia interessada na investigação da natureza, das fontes e validades do conhecimento humano, mais especificamente sobre a verdade científica. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes: O que é o conhecimento? Como nós alcançamos a verdade? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético (descrença)? Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia, embora seu primeiro tratamento explícito seja o encontrado em Platão (427-347 a.C.), particularmente no Teetetos. Mas primordialmente na era moderna, a partir do século XVII em diante - como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) e Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência moderna - a epistemologia tem ocupado um plano central na filosofia. Um passo óbvio na direção de responder a primeira questão é tentar uma definição. A definição padrão é a de que o conhecimento é uma crença verdadeira justificada. Esta definição parece plausível porque, ao menos, ela dá a impressão de que para conhecer algo alguém deve acreditar nela (na crença), visto que, a crença deve ser verdadeira, para o sujeito que aceita esta crença como verdade. Mas o que é a verdade? Em grego significa aletheia, significando o não oculto, não-escondido, não- dissimulado. É aquilo que está em nossos. olhos, aquilo que existe como tal, que é visível pela razão. Sendo assim, conhecer é dizer que a verdade esta na realidade, daquilo que a realidade manifesta. Em latim, verdade significa veritas, que é precisão de um relato que se diz tudo em seus mínimos detalhes o que aconteceu. Então, refere-se à linguagem, da narrativa dos fatos ocorridos. Assim, um fato é dotado de veracidade quando a linguagem anuncia fatos reais. Neste sentido, a verdade não está nas coisas e sim na linguagem, no relato. Seu oposto é a mentira e a falsificação. Portanto, as coisas e os fatos são reais ou imaginários, como será o verdadeiro ou falso. Em hebraico se diz emunah, que é confiança. É uma verdade fundada na crença, na espera do que será ou virá. Então, aletheia refere-se às coisas que são; veritas aos fatos que foram e emanah refere-se às coisas que serão.

O racionalismo crítico em Karl Raimund Popper

Aos 92 anos de idade, faleceu na Inglaterra o célebre filósofo Karl Popper(1902-1994). Austríaco de nascimento fugiu do nazismo quando contava com seus 30 anos. A filosofia de Popper, (o racionalismo crítico), ocupa-se das questões relativas à teoria do conhecimento, ou seja, epistemologia. Para nós compreendermos o pensamento do filósofo faz-se viável termos uma noção de sua teoria dos três “mundos”, do seu modelo quádruplo, do pensamento indutivo e do conhecimento objetivo. Assim sendo, pesquisaremos tais pensamentos. Em relação à teoria dos “mundos”, temos o mundo 1; de objetos físicos ou de estados materiais; o segundo mundo, de estados de consciência ou de estados mentais, de disposições comportamentais para agir (senso comum), e o mundo três, que é o mundo de conteúdos objetivos, de pensamentos críticos. O terceiro mundo assemalha-se com a teoria das idéias de Platão, mas sabemos que o mundo das idéias de Platão é imutável e verdadeiro. E o do filósofo Karl Popper é feito pelo homem e é mutável, contendo teorias verdadeiras e falsas, e com isso, ele está aberto às críticas e a conjecturas e refutações. Lembrando que segundo Popper o mundo três é autônomo. Porque é objetivo e é a partir dele que a ciência progride. Por que ele é autônomo? Pelo fato que: encontramos no mundo três teorias que são científicas, conhecimentos objetivos. E quando “colocamos” essas teorias em um livro, (mundo um) e se alguém vir a ler o mesmo poderá encontrar novos problemas ou teorias inesperadas, e mesmo se esses livros fossem destruídos temos o conhecimento em nossa mente, o qual não será destruído com os mesmos. Vale ressaltar que a filosofia tradicional tem estudado o conhecimento no sentido subjetivo; com expressões “eu sei”, “estou pensando”, Popper refuta tal pensamento dizendo: “o que vale para o progresso do conhecimento científico é o pensamento objetivo”. Encontramos o pensamento da filosofia tradicional, o senso comum, a indução no mundo dois. O que é relevante para a epistemologia é o estudo de problemas científicos e situações de problemas, de argumentos críticos, ou seja, o mundo objetivo, o três. Resumindo: o terceiro mundo é um produto natural do homem. O mundo três é autônomo, pelo fato de ser produto nosso e de ter um forte efeito de retrocarga sobre nós. “Há muitas teorias em si mesmas, e argumentos em si mesmos, e situações de problemas em si mesmas que nunca foram produzidos ou entendidos e podem nunca ser produzidos ou entendidos pelos homens” (POPPER, 2006, p,118). Tal como um livro. Mas é através da interação entre os “mundos” que o conhecimento objetivo cresce. Como o mundo três é autônomo, tem teorias objetivas e está sujeito à crítica, novas teorias não pretendidas, novos problemas inesperados surgirão (como vimos anteriormente) podendo ser escrito da seguinte forma: P1_TT_EE_P2; Partindo de um problema P1, passamos a uma teoria experimental, ou uma solução experimental TT, e pode ser errônea; para tanto, será submetida à eliminação de erros EE, que pode consistir de discussão crítica ou de testes experimentais, de qualquer forma, novos problemas P2 brotarão de nossa própria atividade criadora, ( mundo três). Tal teoria pode ser aplicada ao Darwinismo, mas nos organismos as mutações são as tentativas, e a eliminação de teorias é a (eliminação do ser vivo); o animal procura resolver seus problemas (ambientais) se adaptando com as modificações dos seus órgãos, mas nunca estarão salvos dos próximos, e inesperados problemas. Nós diferimos dos animais através linguagem, sendo principalmente a função descritiva e a argumentativa. A função descritiva “emerge a idéia reguladora de verdade” (POPPER, 2006, p, 121). A função argumentativa pressupõe a função descritiva: os argumentos são acerca de descrições “criticam descrições do ponto de vista das idéias reguladoras de verdade” ( POPPER, 2006, p, 121). Com estas funções torna-se o mundo da ciência. Ao desenvolvimento das funções superiores da linguagem é que devemos nossa humanidade, nossa razão. Pois nossos poderes de raciocinar nada mais são que poderes de argumentação crítica (Popper, p. 122). O seguinte esquema é válido para o mundo animal assim como para o homem: P1-TT_EE- P2; “torna-se o esquema do crescimento através da eliminação de erros por meio da crítica racional sistemática. Torna-se o esquema da procura da verdade e do conteúdo por meio da discussão racional. Dá uma descrição racional da emersão evolucionaria e de nossa autotranscendencia por meio da seleção e da crítica” (Popper, 2006, p, 122). Em relação a ciência Popper tem o seguinte problema: quando pode uma teoria ser classificada como científica? Ou, existe um critério para classificar uma teoria científica? Popper formulou muitas vezes no seu problema como a procura de uma distinção entre métodos empíricos e o não empírico, ou mesmo pseudo-empírico, isto é, o método que embora se utilize da observação e da experimentação não atinge o valor científico. Popper em 1919 fica desapontado com as teorias Marxistas da história, da psicanálise e a psicologia individual de Freud. Indagava perguntando o que tem de errado com elas! Ele sentia que as três teorias embora mesmo se apresentando como ramo da ciência, tinham de fato mais em comum com os mitos primitivos do que com a própria ciência, onde se aproximava mais da astrologia do que da astronomia Essas teorias pareciam poder explicar praticamente tudo em seus respectivos ramos. O estudo de qualquer uma delas parecia ter o efeito de uma conversão ou revelação intelectual, abrindo os olhos para uma nova verdade, escondida dos ainda não iniciados. Uma vez aberto os olhos, podia-se ver exemplos confirmadores em toda parte: o mundo estava repleto de verificações da teoria (POPPER, 1963, p. 64). Popper chega a conclusão que: toda teoria científica “ boa” é uma proibição: ela proíbe certas coisas de acontecer. Quanto mais uma teoria proibir, melhor ela é. E a teoria que não for refutada por qualquer acontecimento concebível não é científica. A refutabilidade não é uma virtude, mas sim um vício. Todo o teste de uma teoria é uma tentativa de refutá-la. Portanto o critério que define o status científico de uma teoria é a sua capacidade de ser refutada ou testada. O problema que ele procurava resolver “tratava de traçar uma linha entre as afirmações das ciências empíricas e todas as outras afirmações de caráter religioso, metafísico e pseudocientífico. Anos mais tarde em 1928 ou 1929 Popper assegura que: o critério de refutabilidade, é a solução para a demarcação”. E para concluirmos, ressaltamos que Popper nega a indução, mas não por completa, pois diz que tal teoria pode ser o ponto de partida, mas não para tê-la como conhecimento último ou “verdadeiro”. Sabemos que a indução parte da observação e experiência; “o sol nascerá amanha por que assim ele tem o feito no passado”, para a indução tal pensamento está correto. Popper nega tal método, apelando para a teoria do conhecimento no sentido objetivo, aqueles formulados lingüisticamente e criticados racionalmente; e eis o ponto crucial: a ciência começa com um problema, e não com uma observação, por isso que ele não aceita a indução como “verdadeira” ou última teoria, e sim como ponto de partida, o qual, depois de criticada, será submetida e eliminação de erro. Não parte da observação pelo seguinte fato: Popper propõe um exemplo afirmando que a observação não pode preceder os problemas. E que a ciência não começa pela observação, como alegam os indutivistas. A crença que nós podemos começar exclusivamente com observação uma teoria é um absurdo, ou seja, anotar as observações “naturais” e levar a uma ciência. Popper refuta apresentando os seguintes argumentos: “tomem lápis e papel; observem cuidadosamente e anotem o que puderem observar: “observem, isto é um absurdo!”. De fato, não é mesmo habitual usar dessa forma o verbo observar. A observação é sempre seletiva: exige um objeto, uma tarefa definida, um ponto de vista, um interesse especial, um problema” (POPPER, 1963, p 76). Sendo assim, para observar, devemos ter em mente uma indagação definida e um problema, para que possamos ser capazes de decidir por meio da observação. Portanto a ciência marcha de velhos problemas para novos problemas. Contudo apenas temos teorias provisórias, optamos por aquela teoria que melhor satisfaça nossos problemas. Assim, a sociedade transforma-se, e a ciência progride como também nossos conhecimentos, e em especial objetivo, (mundo três). O CRITÉRIO DE DEMARCAÇÃO “Como é que se pode distinguir as teorias das ciências das especulações pseudocientíficas ou metafísicas?” (Popper, 1987ª, p. 177). A solução através do método de acordo com Popper, é:” a ciência se caracterizava pela observação e pelo método indutivo, enquanto a pseudo ciência e a meta física se caracterizavam pelo método especulativo” as teorias científicas eram obtidas a partir de fatos e por eles eram verificadas. Os positivistas (o positivismo é uma epistemologia empericista, indutivista), eram antimetafisicos. Popper não aceita tais teorias! O critério de demarcação por Popper é a testabilidade, refutabilidade ou falseabilidade para as teorias científicas. Elas, as teorias científicas, quando combinadas com condições específicas, devem proibir algum acontecimento que é possível de ser observado. As teorias pseudocientíficas ou metafísicas são irrefutáveis pois não proíbem nada, não possuem falsificadores potenciais. Tais como o determinismo e o indeterminismo. A refutabilidade, como demarcação, pertence ao universo das teorias científicas, podendo elas ser falsificáveis, possuindo falsificadores potenciais. Mas a falsificação é sempre uma conjectura. A falsificabilidade é coerente com a atitude crítica, a verdade da ciência “pode-se” provar através da exclusão de teorias falsificadas, substituindo por novas que podem chegar mais perto da verdade. Existem teorias pseudocientíficas que são capazes de dar conta de qualquer fato, mas essas são irrefutáveis, sendo a psicanálise de Freud, Marx e Adler. Segundo o filósofo, as teorias científicas são construções humanas, criações da nossa mente, tentativa de compreender o mundo. Imaginação algo não racional- mas tal como esses fatos a metafísica, o senso comum são importantes, pois podem ajudar no início das teorias, para dar início a refutação. “Não há fontes últimas do conhecimento. Todas as fontes são bem vindas; e todas as fontes e sugestões estão abertas ao exame crítico” (POPPER, 1982, p. 55). POPPER, Karl Raimund. Conjecturas e refutações: o desenvolvimento do conhecimento científico. Coimbra: Almedina, 2006. POPPER, Karl Raimund. Conhecimento objetivo: uma abordagem evolucionária. Belo Horizonte: Itatiaia, 1999.

Objetivismo e Subjetivismo

Temos ainda o objetivismo e o subjetivismo sendo que estes vão mais longe, pois alegam que há uma verdade, mas é limitada. O subjetivismo, como o próprio nome diz, limita o conhecimento ao sujeito que julga. O relativismo constata também que não há verdade absoluta, pois toda verdade é relativa, apenas tem uma verdade limitada, mas este está nos fenômenos externos e não no sujeito como no subjetivismo. Os dois princípios representados primeiramente foram pelos sofistas como Protágoras(480-410 a.C) dizendo que “o homem é a medida de todas as coisas”. O subjetivismo e o relativismo constatam que não há um conhecimento verdadeiro universalmente válido. Nesta situação, encontramos uma contradição. Pois se não é universalmente válido representa um contra-senso. Pois “a realidade universal da verdade funda-se na sua própria essência”. Sendo assim, a verdade significa simpatia do juízo com a realidade objetiva, assim, não há necessidade de limitar um número determinado de indivíduos. Pois se existe, existe para todos. E, se é falso, não é válido para ninguém e se é verdadeiro é válido para todos. Dizer então que não há verdades universalmente válidas a verdade é uma contradição a si própria. No fundo estes dois métodos são cepticismos. ..............................

O conhecimento para David Hume (Ceticismo/Empirismo)

Segundo Hume (1711-1776), as operações do entendimento humano (conhecimento) podem ser divididas em duas espécies: as relações de idéias e as questões de fato; sendo que, a primeira trata das ciências que usam da dedução para chegar à verdade, independente assim, do que exista, realmente, no universo, exemplo disso é a Álgebra, Geometria, Aritmética. Já as questões de fato fundamentam-se na causa e efeito, sendo que, as afirmações contrárias, não implicam em contradição, exemplo disso: O sol pode ou não nascer amanhã. Segundo o pensador, chegamos às causas e efeitos pela experiência, pois um homem que não conhece o fogo, ao apenas vê-lo, não irá poder deduzir que este poderá queimá-lo (ou seja, não são explicáveis pela dedução, pois é necessário a experiência). Assim, somente com um pressuposto apriori (uso do raciocínio) sem considerar a observação ou sem ter notícia desta, o homem não saberia o efeito das coisas. O poder da experiência se torna tão íntimo ao homem, que este pode pensar estar deduzindo algo, quando, na verdade está recorrendo a uma experiência do passado. Como então estender esse conhecimento para o futuro? Não há uma certeza, pois, algo que aconteceu no passado, não necessariamente acontecerá no futuro. Assim, deve-se fazer uma dedução inferencial, uma inferência (ex. Se eu colocar a água no fogo, irá ferver, porque nas outras vezes a água ferveu [parte de uma verdade particular para uma geral]). Mas eu afirmo que a água no fogo irá ferver, não porque apenas vi (deduzi) que irá ferver porque está no fogo, e sim, porque já tive essa experiência antes. Assim, fiz uma inferência que têm por base o hábito (costume). Assim, o hábito ou costume se revela como um princípio, mas não como primeira causa e efeito e sim, como princípio ligado á natureza humana. Logo, o filósofo Hume acaba por se apresentar como um cético (porque o hábito depende de cada indivíduo, deixando o conhecimento incerto) mesmo parecendo um empirista pela valorização que dá á experiência.
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Confira o vídeo abaixo sobre o tema:


A busca do conhecimento da "verdade"

É evidente que nem todos os filósofos admitem que o homem seja capaz de conhecer a verdade. O ceticismo afirma que não podemos ter certeza em alguma coisa. Todas as opiniões, segundo os céticos, são incertas, sendo assim, a única atitude existente do espírito humano é a da dúvida permanente e integral.
A partir do contexto cultural, social e econômico que temos hoje, podemos levantar a seguinte questão: Podemos perceber alguma manifestação e vivência do ceticismo nas várias sociedades que incorporam o mundo hoje? É claro que não precisamos nem pensar muito respondermos que sim. Se existe, onde podemos perceber nitidamente suas manifestações? A resposta é quase relativa, pois se falarmos que ela é relativa esta se determinando um critério de verdade e indo contra o próprio ceticismo.
Quando se diz quase relativo, é porque todas as nossas buscas visam um critério de verdade a fim de alcançar uma satisfação. Quando se diz que é de uma determinada religião, ou que se torce por um time de futebol específico, ou ainda que se faz parte de um partido político ou qualquer outro movimento de massa, é por pensar que sua escolha é certa e verdadeira, enquanto que para o outro, que participa de outro movimento compreende que aquele que ele faz parte é o verdadeiro e certo; com isso se prova o conceito de verdade ou mesmo desta é inalcançável para nós, em razão da capacidade, contexto social e da maneira com que vê o mundo, a verdade se moldaria a cada indivíduo segundo as variáveis acima.
Por isso, todos nós queiramos ou não somos um pouco céticos. Cada um é capaz e tem a liberdade de mudar seus conceitos, e de pensar a verdade de maneiras diferentes, de vivê-las de várias maneiras, e principalmente de defendê-la de maneiras diferentes. O que não podemos é afirmarmos que algo seja verdadeiro e imutável, pois tanto nossos conceitos quanto as coisas mudam.
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Ceticismo

É uma concepção filosófica bem antiga. Seu fundador foi Pirro de Elida, por volta do ano de 360 a.C já que podemos considerar o conhecimento a partir da relação sujeito e objeto, tal conceito no ceticismo é descartado, pois o cético é aquele que não dá nenhuma importância e nem considera o objeto como fonte de contribuição para o nosso conhecimento.
Para o cético o objeto não nos fornece nenhuma fonte segura de juízo, e em alguns casos até ignoram ou nem veêm o objeto. A esta altura cabe aqui a seguinte pergunta: qual é o ponto de atenção do cético se não é o objeto? A resposta exata seria o sujeito. Como já vimos antes que o objeto é completamente ignorado. Sua atenção se volta aos fatores do conhecimento exclusivamente, para o sujeito. A partir daqui o conhecimento passa a ser estruturado e baseado nas circustâncias anteriores, bem como o mundo social, o meio, círculo cultural e convívio comunitário, entre outros. O conhecimento e o seu desenvolvimento. Agora não depende do mundo concreto e sim de um mundo abstrato, se fazendo assim não mais necessário a importância do objeto material.
Mas qual o motivo que levou os céticos desconsiderarem os objetos? Segundo alguns céticos seria a insegurança, pois os objetos sempre nos apresentam ou nos colocam em dúvidas em algumas coisas. O ceticismo não acredita que todo o conhecimento adquirido do objeto seja completamente verdadeiro. Neste sentido, só cabe ao sujeito á capacidade de estar buscando o que é de mais puro e verdadeiro, eliminando aos poucos o que é falso visando o alcance de um saber absolutamente seguro.
.............................. Postado e Revisado por: Wagner Alexandrino e Fernando B. Cordeiro

Empirismo

É, juntamente com o racionalismo, um dos paradigmas fundamentais da filosofia moderna em sua primeira fase (séculos XVI ao XVIII). Caracteriza-se pela valorização da experiência sensível (pelos sentidos humanos) como fonte de conhecimento. A concepção de conhecimento do empirismo tem como ponto de partida o método indutivo (do particular para o universal), a probabilidade, sendo que a ciência baseia-se no método empírico e experimental, isto é, na formação de hipóteses, na observação, na verificação e teste de hipóteses com base em experimentos (acumula-se várias fontes particulares para generalizar e tornar uma hipótese universal, método científico/lógica aristotélica [ex.João têm dois olhos, Pedro têm dois olhos, Lucas têm dois olhos; Eles são homens, logo, Todo homem têm dois olhos]). O empirismo se opõe ao racionalismo (a razão é a fonte do conhecimento humano), e este constata que é a experiência a única fonte de todo o conhecimento. Para tal, temos um célebre exemplo: “o espírito humano está por natureza vazio, é uma tábua rasa, uma folha em branco onde a experiência escreve”. Tudo procede de experiência, dos fatos concretos. Seu verdadeiro fundador é John Locke (1632-1703). Este refuta a teoria das idéias inatas (idéias da pura razão [Descartes]). E este constata que a alma é um papel em branco e a experiência aos poucos vai escrevendo (a alma como mente). .............................. Postado e Revisado por: Alan Schneider e Cosme D. Potinhek

Confira o vídeo:

Racionalismo

Está é a posição epistemológica que tem como princípio a razão. Sendo ela a fonte do conhecimento humano, (de ratio = razão), racionalismo. Pois o conhecimento é verdadeiro quando a nossa razão julga uma determinada coisa que deve ser assim em todas as partes e situações. Exemplo desse conhecimento é: “o todo é maior do que a parte”. Pois a razão parte como evidência, e se tentássemos provar o contrário, a razão se contradiziria a si mesma. Assim, esses juízos possuem uma validade universal rigorosa Fundamentalmente, quando dizemos que a água ferve a 100C°, nós só podemos julgar que é assim, mas não tem de ser assim. Pois a água pode ferver a uma temperatura inferior ou superior. Outro caso é o corpo, que o corpo não possua peso, pois o peso não esta no corpo. Estes já não têm necessidade lógica. Então esses juízos são válidos dentro de determinados limites, pois podemos julgar que a água ferve a 100C° e os corpos são pesados até onde podemos prová-los. Partindo desses juízos, encontramo-nos limitados à experiência. Formulamos o juízo, “todos os corpos são extensos”, descobrimos nele a noção de corpo e a sua nota de extensão. Juízos procedem da razão, possuem validade universal. E os outros não possuem. Assim, todo conhecimento se funda no racionalismo, no pensamento que é a fonte do conhecimento humano. Um dos conhecimentos pautados em tal método é a matemática, que a princípio é a dedução. Exemplo disso é a geometria dos conhecimentos e axiomas supremos. Pois o conhecimento deriva sem necessidade da experiência. Isso é o racionalismo. O racionalismo mais antigo é o de Platão(427-348/347 a.C). Este alega que o saber se distingue pelas notas da necessidade lógica e da validade universal. Diz que o mundo da experiência está em continua alteração. Assim, não tem um verdadeiro saber. Pois os sentidos não nos conduzem a verdade e sim a doxa, opinião. Para este pensador, um conhecimento para ser possível, deve formular um mundo supra-sensível, o mundo das idéias. Mas não é apenas uma ordem lógica, também é metafísica, reinos de essências das idéias, mas também que se encontra em relação à realidade empírica. Pois as idéias são módulos das cópias empíricas, que devem a maneira de ser. O mundo das idéias também se encontra em relação com a consciência cognoscente. São os conceitos por meio que conhecemos as coisas. São cópias das idéias que procedem do mundo das idéias. Como é possível? Platão responde com a teoria da amammésis. Teoria que diz que o conhecimento é uma reminiscência. A alma contempla na vida terrena e recorda na ocasião da percepção sensível. Pois tem a significação de um estimulo e não espiritual. Assim, o racionalismo é a contemplação das idéias para Platão. Tínhamos, na modernidade, na filosofia racionalista o célebre filósofo René Descartes(1596-1650). Este, com suas teorias das idéias inatas (ideae innatae), conhecimentos que não procedem da experiência, pois são originários da própria razão. Este pensador radicaliza a dúvida ao extremo, pensou na possibilidade de nada existir; nem céu, terra, mão, braços, corpo etc., mas enquanto duvidava, ele perguntou para si mesmo se pensado e duvidando não seria alguma coisa. Nesta própria indagação chegou a seguinte conclusão: Podemos duvidar de tudo, menos da nossa própria dúvida, pois na medida que pensamos já somos algo. Sem rodeios, para Descartes somos um sujeito pensante. Mas esta idéia não pode estar em nós que somos sujeitos limitados, visto que duvidamos, portanto deveria ser de um alguém sumamente bom e perfeito. Sem seombras de dúvidas, para o pensador é Deus. Pois pensamos a idéia da perfeição, por um ser imperfeito, mas esta deve ser proveniente de um ser perfeito. Sendo assim, estas idéias já estão em nós, nascemos com ela e é ela que assegura a nossa existência. Concluímos que Descartes é um racionalista na medida em que usa a razão para provar a própria existência. .............................. Postado e Revisado por: Alan Schneider e Cosme D. Potinhek

Confira o vídeo de uma paródia musical super didática do Projeto Dom Quixote: